A Africell Holding, uma das maiores operadoras de telefonia móvel da Serra Leoa e da Gâmbia, projecta expandir as suas operações para pelo menos dois outros mercados africanos, no âmbito da sua estratégia para ganhar espaço num dos mercados de telecomunicações que mais cresce no mundo.
Após ter vencido o concurso para o quarto operador de telecomunicações em Angola, a empresa está igualmente a apostar numa posição no Zimbabwe. “Estamos a olhar apenas para mercados onde podemos fazer a diferença”, diz o presidente-executivo da empresa, Ziad Dalloul, referindo-se a Angola e Zimbabwe.
A Comissão de Avaliação, após ter procedido ao exame formal dos documentos de candidatura submetidos pela candidata Africell Holding SAL, deliberou por unanimidade a sua qualificação e que a entidade fosse convidada para apresentar a sua proposta, vindo a tornar-se na quarta operadora de telecomunicações de Angola.
Das entidades identificadas no concurso público, destaque para as empresas Africell, Bharti Airtel, Maroc Telecom, MTN, Telkom South África, Orange e Vodafone.
Segundo declarações à Reuters do fundador e CEO da Africell, Ziad Dalloul, a empresa está de olhos postos numa expansão agressiva, depois de garantir um empréstimo de USD 100 milhões do financiador de desenvolvimento dos EUA, a Overseas Private Investment Corp.
“Acreditamos que o acordo com a Overseas Private Investment Corp impulsionará a expansão e os nossos clientes terão melhores serviços”, adianta, ressaltando que a entrada em Angola e no Zimbabwe oferecerá mais oportunidades de crescimento à medida que mais jovens africanos ficarem online, face às perspectivas de crescimento económico e do aumento da penetração de smartphones. Com mais de 15 milhões de clientes na Serra Leoa, Gâmbia, República Democrática do Congo e Uganda, a empresa foi fundada em 2001.
Perspectivas no mercado angolano
Questionado pelo Mercado sobre a perspectiva da Africell no País, Domingos Neto, consultor de redes móveis de comunicação, faz um enquadramento do que vai encontrar aquela empresa no mercado das telecomunicações nacional.
Desde logo, a Unitel e a Movicel, sendo a primeira a que detém a maior operação móvel no País, assumindo a liderança deste mercado. Tinha mais de sete milhões de clientes no final de 2014, tendo atingido, em 2015, um total de 11 milhões de clientes, dispondo actualmente de ligação de terceira geração, em 3G, GPRS, EDGE, UMTS GSM e LTE, que tem aumentando progressivamente o raio de cobertura nacional.
Outra forte concorrente, segundo Domingos Neto, é a Movicel, que se vem afirmando como a segunda maior rede móvel do País, com mais de 3 milhões de clientes, numa população estimada em 31 milhões de habitantes.
De acordo com o consultor de redes móveis de comunicação, a Africell pode ver os custos operacionais reduzidos encontrando um mercado de telecomunicações “muito bem organizado” do ponto de vista de infra-estruturas de telecomunicações. O Decreto Presidencial n.º 166/14, de 10 de Julho, estabelece que as operadoras não podem fazer duplicação de investimentos, sendo que, em zonas onde já haja infra-estruturas de telecomunicações boas para partilha, as empresas devem repartir o espaço para reduzir os custos de investimento e aumentar a cobertura pelo País.
A empresa lançou operações na RDC em 2012. No final de 2014, a Africell atingiu 7 milhões de assinantes activos. O slogan A rede do povo, combinado com preços baixos relativamente aos concorrentes, e os tarifários e serviços adaptados às necessidades dos congoleses possibilitaram conquistar o mercado em pouco tempo. A este factor estão também associados os cartões pré-pagos da Africell, que atendem a todas as necessidades e carteiras.
A Africell RDC estabeleceu a sua rede inicialmente nas regiões de Kinshasa e Congo Central, e desde o final de 2013 avançou para Katanga, começando na região de Lubumbashi.
Vencedor da quarta licença de telecomunicações conquistou RDC graças aos preços e serviços oferecidos na rede móvel. Depois de Angola, virá o Zimbabwe. Mas
há mais na calha.



